O mafioso.
Perdido nessa trama de mentiras
Nessa rede de intrigas
Tua estrada é sem fim
Tua existência é suja
Mais uma carta
Uma aposta
Um tiro como resposta
Treze cigarros jogados ao chão
Cinco garrafas quebradas na mão
Tarde demais, tarde demais
Sete corpos deixados p'ra trás
Foi longe demais, longe demais
Dezessete vidas que seguem sem paz
Por ruas desertas
Cantando pneus
Enredos que não são teus
São teu filme em preto-e-branco
Manchados de sangue, manchados de espanto
Manchados de cifra$
Mas aonde vai?
Vão te encontrar
Calma calma...!
Vão assassinar a tua alma.
Nanda_Vamp
Doutor Freed D’olison, o Capo de tutti i capi.
Dias de hoje.
Doutor Freed D’olison não
esperava visita, isto é não esperava ninguém. Nunca foi procurado em sua casa a
não ser pelos casos especiais. Olhou de soslaio pela janela. Quatro homens
carregando outro. Seu coração bateu forte. Nunca recusou ajudar ninguém. Abriu
a porta e foi empurrado por um homem com o triplo de sua altura. Gritou para
ele – Chame o Doutor urgente anão aleijado! Doutor Freed D’olison não se sentiu
ofendido. Quantas e quantas vezes tinham dito isto para ele? – Eu sou o Doutor
Freed D’olison – disse. O que vinha mais atrás foi mais educado. – Precisamos de
você. Meu irmão foi baleado. Um tiro na barriga. – Doutor Freed D’olison sabia
que eram bandidos caso contrário teriam ido a um hospital. Sabiam quem ele era.
Um ano antes socorrera um jovem de dezessete anos com uma bala bem perto do
coração. Atiraram nele em frente sua casa. Ninguém o socorreu. Só ele. Operou
ali mesmo no quartinho que tinha nos fundos da casa.
O jovem ficou bom. Agradeceu
ao Doutor Freed D’olison e ele nada disse. Sabia que o jovem devia pertencer a
alguma gang do bairro. Começou então uma busca frenética por seus conhecimentos
médicos. Dificilmente olhavam para ele, mas o respeitavam como profissional.
Nunca perdeu um paciente para o demônio. Isto mesmo. Todos que apareciam eram
bandidos. Uma vez a policia bateu em sua porta. O empurrou entrando a força.
Ele não disse nada. Dizer o que? Colocaram nele as algemas. Na saída mais de
trinta bandidos armados até os dentes. Soltaram-no. Um dos bandidos disse aos
policias que nunca mais fizessem aquilo. Se fizerem vai correr sangue. Não os
seus e sim de seus filhos da sua mãe, do seu pai! Deixaram o Doutor Freed
D’olison em paz por muitos anos.
Dias de ontem.
Sua mãe fazia tudo por ele.
Nunca escondeu nada. Disse que ele nasceu em um beco sujo. Uma travessa da São
João. Parto normal e ela ria quando contava. Ele nasceu com uma enorme
corcunda. – Não dá para operar dona. – Disseram os médicos. O levou para casa.
A principio tinha raiva dele. Um toquinho feio, uma corcunda que parecia mais
ser filho do Diabo. Aos cinco anos ele não falava. Aos sete balbuciava. Foi
para a escola. Ridicularizado mas as professoras ficaram impressionadas com sua
inteligência. Aprendia tudo com rapidez. Tinha dificuldade não fala e pela sua
aparência ninguém deu muita bola para ele. Sua mãe que o odiava passou a
amá-lo. Jurou que ia fazer dele alguém. Aprendeu a mendigar na esquina da
Paulista. Levava um pedaço de carne estragada, amarrava na perna e se fazia de
coitada doente.
Todo o dinheiro que ganhou
foi para pagar a escola do filho. Sorriu sem gritar quando ele foi o terceiro
classificado no vestibular para medicina na USP. Formou-se como o primeiro da
turma. Não foi chamado por nenhum hospital. Tentou residência em vários. Com
muito custo a troco de um salario de fome achou um humilde próximo a São Paulo.
Ficou lá três anos. Era um médico com uma facilidade grande de curar e operar.
Tinha as mão de seda. Mas sua aparecia não ajudava. Agora com trinta e dois
anos seu rosto era cheio de espinhas. Quase não tinha nariz e o cabelo caiu
todo. Usava uma peruca velha quando andava na rua, mas quem olhava para ele
dava voltas.
Dias de hoje.
Sua fama cresceu no mundo
do crime. Dom Pergoto de Cassiole era um Capo de tutti i capi. Todos o
reverenciavam. Sua filha vivia tossindo. Passou a cuspir sangue. Os melhores
médicos da capital disseram não saber o que fazer. Não era tuberculose. Mas
Chiquita de Cassiole a cada dia definhava mais. Foi Bate Volta quem sugeriu o
Doutor Freed D’olison. Dom Pergoto de Cassiole mandou buscá-lo. Assustou quando
ele chegou. Afinal o que viu foi um anão mais feio que o diabo e com uma
corcunda enorme. Bate Volta disse para acreditar nele. Chefe, o homem é feio,
mas é bom demais. – Tudo bem disse. Se este anão filho duma égua não curar
minha filha, vou encher ele de mel e jogar para as formigas lá na grota do
capeta. Foi amor à primeira vista. O Doutor Freed D’olison se apaixonou pela
paciente. Ficou na mansão de Dom Pergoto de Cassiole por dois meses. A cada dia
a Chiquita de Cassiole ficava mais formosa. Sua tosse sumiu.
O Doutor Freed D’olison passou
a morar na mansão de Dom Pergoto de Cassiole a convite dele. Foi feito um
quarto especial. Dom Pergoto não fazia nada sem consultá-lo. O Doutor Freed
D’olison um dia pediu a mão de Chiquita de Cassiole. – Nem morto meu caro
Doutor. Nem morto. Ela a minha linda filha casar com você? Se ponha no seu
lugar! – O Doutor Freed D’olison não se sentiu ofendido, mas sabia que Chiquita
de Cassiole um dia seria sua esposa. Junto com o capo ele viajou o mundo. Ficou
conhecido como o maior médico cirurgião que o mundo conheceu. Operou reis e
rainha. Tirou um câncer terminal do primeiro ministro russo. Seu nome correu
por toda a terra. Ricaços o procuravam. Criminosos famosos desciam todos os
dias em seus jatinhos em Congonhas. A policia paulista estava de prontidão, mas
as ordens para prendê-lo não vinham nunca. Pudera, o governador e o prefeito
lhe deviam favores. Sem contar centenas de vereadores, deputados e senadores.
Diziam que o melhor hospital
de Brasília era a ponte aérea para São Paulo. Agora não. Era mandar um jatinho
buscar o Doutor Freed D’olison. Dom Pergoto de Cassiole morreu de causas
desconhecidas. Ninguém nunca soube o que acontecera. Começou a definhar,
definhar até que um dia apareceu morto em sua cama. Deixou o Doutor Freed
D’olison em seu lugar. Ninguém disse nada. Havia uma espécie de medo por parte
dos outros capos. Tudo estava mudando. O Doutor Freed D’olison mostrou outra
face. Trouxe sua mãe velhinha para a mansão. Disse para Chiquita de Cassiole
que se não casasse com ele seria colocada na rua. Não foi um casamento
suntuoso. Casou-se na igrejinha de São Judas Tadeu. Convidados só os oito capos
que ainda achavam que mandavam. Chiquita de Cassiole tremeu quando foi para a
cama com ele. Fechou os olhos de medo e horror. Mas incrível, ele deu a ela
orgasmos que ela nunca antes experimentou.
O Doutor Freed D’olison demonstrou
para ela como um grande amante nunca antes imaginado. Tudo mudou para ela
depois desta noite. Não sabia como, mas estava se apaixonando por aquele anão
corcunda feio de doer. Impossível dizia para sí própria, mas a cada noite mais
e mais ansiava pelo seu corpo. O Doutor
Freed D’olison satisfazia a ela varias vezes a noite. Mas a medita que o tempo
foi passando o desejo foi diminuindo. Chiquita Cassiole viu que tudo
desmoronava. Seu esposo não era mais o mesmo. A tratava com displicência, não
ligava mais para ela. Agora só se preocupava pelos negócios. Sem ele perceber
começou a transar com um segurança da casa. Mal ela sabia que Parquito era um
agente federal infiltrado.
O Doutor Freed D’olison tinha um
plano de desaparecer com todos os capos do estado. Na última reunião deles
sentiu um ar de deboche para com sua figura por parte deles. Eles não perdem
por esperar disse para si. Ele sabia que não podia confiar em ninguém. Bate
Volta até que se mostrava fiel, mas a traição está escondida na pessoa. Você
não sabe até ver que foi traído. Desconfiou de Parquito, o segurança. Ninguém
sabia o nome dele e nem quando foi admitido. Quando passava perto dele sentia o
perfume de Chiquita. Uma tarde o convidou para tomar um café com ele. Parquito
ficou de olhos abertos. Aquele Anão filho da puta não era de confiança. Bebeu
devagar para sentir o gosto. Não adiantou. Sentiu seu corpo endurecer. Sua
mente fervilhava, mas o corpo não obedecia. Tentou falar e não conseguiu.
Viu quando o Anão desgraçado o
arrastou até a sala de operações. Sentiu o bisturi cortando seus braços. Ele
cortava devagar, rindo e dizendo para Parquito – Vais sentir dor Parquito.
Muita mas não poderá mexer com o corpo e nem falar. Quero que você sinta meu
ódio. Você não sabe como me sinto sendo traído pela minha mulher. O dia dela
vai chegar. - A dor era tremenda. Ele cortou cada braço e cada perna com
maestria. Jogou tudo em uma banheira que estava cheia de acido. Depois se sentiu
carregado e jogado na banheira. O acido queimava. Doía horrivelmente. Morreu
lentamente a gritar e pedir pelo amor de Deus que parasse. Ninguém ouvia. Seu
corpo estava mudo. Chiquita desconfiou do desaparecimento de Parquito. Nunca
desconfiou que seu marido o tivesse matado.
O Doutor Freed D’olison planejou
tudo. A reunião seria feita em um galpão abandonado próximo a Guarulhos. Sabia
que todos os capos iriam aparecer. Sabia que eles se sentiam ameaçados e
levariam o maior número de seguranças possíveis. Não importava. Não ia sobrar
ninguém. A bomba já estava armada para explodir cinco minutos depois do horário
do encontro. Ele mesmo a fez. Toda a área do galpão seria explodida. Ele não
iria. Estaria na hora assistindo o maestro alemão Helmuth Rilling no Teatro
Municipal nos deliciando com Bach, que prometia uma apresentação soberba da
Missa em Si Menor. Ninguém poderia dizer que ele estaria envolvido. O Doutor
Freed D’olison era um aficionado por opera. Muitas vezes ia a Europa só para
ver um grande regente. Chiquita de
Cassiole estava ao lado dele. Quando o espetáculo terminou ouviu um zum zum no
salão. Ele já sabia o que seria. Que fossem para o inferno, pois antes eles do
que eu.
Linda escritora pata tenra:
A)
Morreram todos no galpão?
B)
Deve-se matar o Doutor Freed
D’olison?
C)
A Policia vai descobrir alguma
coisa?
D)
Qual o destino de Chiquita de
Cassiole?
E)
Como será o final da história? Ele
se safa? É preso? A Interpol o prende e o leva para um pais europeu?
F)
Quem sabe ele continua reinando, e
se torna o maior Capo de tutti i capi que o mundo conheceu e morre com 98 anos?
Agora é com você. Se fosse eu iria
terminar o conto com meia página. Aguardo suas sugestões.
Eu te amo!
Ela gritou!
Tinha conhecimento do que se passava no coração
Era difícil conter a voz
Abandona essa ira
Chuta o pessimismo
Não existe amor impossível
Desculpe se costumo agir sem pensar
Quero tudo que deseje compartilhar
Deleta o nada
Dá um sinal
Emite um som
Mesmo que seja:
Menina chata, me deixa em paz!
Aproveita a Lua Nova
Perdoa-me vai!
Jmattos
Nenhum comentário:
Postar um comentário