Bem vindo ao blog do Osvaldo

Seja bem vindo a este blog. Espero que aqui você encontre boas historias para passar o tempo, e claro, que goste.

Honrado com sua presença. Volte sempre!

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Uma mensagem para meus amigos






Meu amigo, minha amiga... Bem vindos a este Blog!


Eu gosto de escrever histórias. Escrevo muitas e também artigos sobre o Movimento Escoteiro. São centenas de Histórias, lendas, cujas publicações são encontradas aqui em outros blogs e no Facebook. Um dia resolvi escrever histórias ou contos de ficção ou da vida real diferente do que faço no escotismo. Contos diferente de tudo que escrevo. Histórias de ação, de ficção, de terror, policial ou comédia seja lá o tema que for.

Eu pensei que poderia ter pessoas interessadas em ler outros tipos de histórias que não aquelas cujas publicações temos na internet.  Neste blog vocês poderão conhecer o que escrevo. Não sei se irão gostar. Se sim, sejam sem bem vindos, se não, meu muito obrigado pela visita.

Um Conto Fantástico já passou de 70 histórias publicadas. Sempre uma nova a cada quinze dias. Quem sabe irão me dar à honra de ler algumas e até comentar?
Obrigado, obrigado mesmo por chegar até aqui. Agora escolha a sua, leia e se gostar faça uma rotina de sempre me dar à honra de uma visita. Ops. Quem sabe podem se tornar um membro do Blog? Seria pedir demais?

Lembre-se você é sempre bem vindo a este novo mundo onde homens e mulheres se confundem com a verdade de cada um.


Meu muito obrigado pela sua vista e não esqueça... Volte sempre!  

A história de Mel que não é mais virgem e virou mulher!



Que mulher é essa

Que mulher é essa
que não se cansa nunca,
que não reclama nada 
que disfarça a dor?
Que mulher é essa
que contribui com tudo,
que distribui afeto, 
tira espinhos do amor!
Que mulher é essa
de palavras leves,
coração aberto, 
pronta a perdoar?
Que mulher é essa? 
Que sai do palco,
ao terminar a peça,
sem chorar!
Essa mulher existe,
sua doçura resiste,
às dores da ingratidão,

Resiste à saudade imensa,
resiste ao trabalho forçado,
resiste aos caminhos do não!
Essa mulher é MÃE,
linda, como todas são.


A história de Mel que não é mais virgem e virou mulher!

                        Vale da Lua estava em polvorosa. Alguém comprou o Sítio do Coronel Gerônimo. Ele jurou que nunca o venderia. Era um belo Sitio. No final da Avenida Sonhos Dourados.  Muitos passavam em frente e ficavam horas olhando. Não havia muros. O jardim imenso. A casa do estilo renascentista era imensa. Dizem poucos sabiam ao certo que atrás da casa existia uma enorme piscina em forma de coração que fazia as delicias dos moradores. Eram para muitos a casa dos sonhos. Quem comprou? Como o Coronel Gerônimo resolveu vender? De boca em boca o assunto do dia na cidade. Vale da Lua era pequena, não mais que vinte e cinco mil habitantes e todos se conheciam. Caras novas que apareciam na Pensão de Dona Dilva ou no Hotel do Seu Francisco todos já sabiam que eram caixeiros viajantes.

                        No dia seguinte chegou uma Nissan preta, com quatro homens que nem pararam na cidade e foram direito para o Sitio do Coronel. No segundo dia chegou um ônibus cheio de operários. O povo todo de porta em porta atrás de uma novidade. Nada. Ninguém sabia de nada. O Coronel Gerônimo passou a morar em sua mansão da Avenida Sonhos Dourados próximo a matriz. Ninguém ousou perguntá-lo nem mesmo seus companheiros das soturnas noites jogando pôquer com o prefeito Santino, o delegado Javier, o juiz Doutor Prazeres e o Padre Thomaz. Algumas vezes valendo altas somas. Em menos de um mês uma reforma foi feita no sítio do Coronel. Cinco caminhões baús enormes despejaram a nova mobília e os especuladores em volta quase nada viam. As comadres corriam aqui e ali. Nada. Ninguém sabia de nada. Um mês e dez dias e os carros rarearam. Chegou sim uma Van, com oito homens de terno, desceram com suas malas. Daquele dia em diante sempre tinha um em cada parte do Sitio.

                         Mel tinha treze anos quando tudo aconteceu. Mel não era linda, era sim uma menina magrinha, cabelos loiros encaracolados e uns olhos azuis que pareciam sair faísca quando se olhava para ela. Era filha única. Sua mãe a adorava, mas seu pai nem tanto assim. Parecia que Mel não era sua filha. Um dia ela viu pelo buraco da fechadura seu pai olhando para vê-la tomar banho. Assustou-se. Por quê? Passou mais dois meses até que um dia ele entrou em seu quarto quando ela trocava de roupa. Gritou com ela. Fique como está. Quero saber se ainda é virgem. Um susto enorme. O que era aquilo? Mel não sabia de nada. Começou a acariciar seu corpo magro. Seu pai emitia sons que a assustaram. Seus dedos passavam em todo parte do seu corpo. Quando levou a mão em seu sexo ela gritou. Ele assustou e saiu do quarto. Não foi a primeira vez. Ele entrava e exigia que ela ficasse só de calcinha enquanto ele se masturbava. Mel chorava de cabeça baixa.

                        Mel passou a ter medo do próprio pai. Esperava ele sair para tomar banho e trocar de roupa. Sabia que não podia contar para sua mãe. Ela nunca acreditaria. Pela janela Mel namorava Nonô, um rapazinho que aprendia a fazer pão na Padaria do Seu Ernesto. Ela gostava dele. Ficava na janela e ele em pé no muro da casa do Seu Antenor bem em frente. Ele fazia sinais e ela ria. Um dia sentiu uma lambada nas costas. Doeu muito. Era seu pai. “Vagabunda!” – Ela correu para seu quarto. Ele foi atrás. – Gritou alto – Tire a roupa, fique só de calcinha em cima da cama – Já! Se não vou te moer de pancada! – Ela começou a chorar, mas obedeceu. Ele não se aproximou dela. Ficou olhando. Tirou seu sexo enorme, e latente e de novo se masturbou na frente da filha.

                           Mel tentou falar com sua mãe. Ela gritou mais alto. Mentirosa! Seu pai é um santo! O que fazer? Procurou o Padre Thomaz. No confessionário contou tudo. O padre a mandou rezar padres nossos e ave Marias e depois procurá-lo na sacristia. A igreja estava vazia. Ela entrou. O padre mandou que ela sentasse em seu colo. Ela acreditou que ia ser consolada e o padre iria conversar com seu pai. Não era assim. Nunca foi. Ela sentiu o membro do Padre entumecendo. Sentiu as mãos do padre acariciando seu corpo. Ele pegou em sua mãozinha e colocou em volta do seu membro. Um susto, nunca pensou que isto pudesse acontecer. Saiu correndo. Agora passou a ficar com medo de estar em casa sozinha. Não tinha amigas para onde ir. Esperou Nonô sair do serviço na padaria. Ele se assustou. Contou para ele tudo. – Resolveram fugir da cidade. Ir para onde? Ela disse que preferia morar no inferno. Qualquer lugar serve. Ela não entendia o que queriam com ela. No dia seguinte ela fugiu de casa e partiu com Nonô.

                          Andaram por muitas léguas pela estrada. Ninguém dava carona. Parou um caminhão. Uma carreta, enorme. O Motorista moreno, forte um grande bigode parou e deu carona. Não deu um sorriso. Só olhou de soslaio para Mel. O que vinha a seguir seria a morte para qualquer um. Foi à primeira vez de Mel. Maldito. A possuiu com força na cabine. Doeu de mais. Ela gritou pediu pelo amor de Deus que parasse. Nonô não podia socorrer. Levou um soco e foi jogado fora da cabine. Ela nem sabia se ele estava morto. Mel desmaiou. O maldito depois de horas abusando dela a jogou na estrada e se foi. Mel ensanguentada se arrastava no asfalto. Muitos passaram e assustados não pararam para socorrer. Uma Mercedes preta parou. Desceu um homem pequeno. De terno. Seu rosto tinha uma enorme cicatriz. Pegou Mel no colo e a levou para seu carro.

                         Passaram não menos que seis anos. Mel agora estava com dezenove. Se sorrisse podia se dizer que era linda. Mas Mel nunca mais sorriu desde que foi estuprada covardemente pelo caminhoneiro. Até hoje ela se sentia suja. Nenhum banho a limpava. Morava em uma mansão nos arredores de Paris. Seu novo protetor tentou de tudo para vê-la sorrir. Mel gostava dele. Foi o pai que ela não teve. Apesar da cicatriz ele não era feio. Rico, riquíssimo. Tentou colocar Mel em uma escola famosa para moças na Basileia. Mel não quis. Mel não queria nada. Achava que devia ter morrido. Roodney tentou de tudo. Fez de Mel uma filha que não teve. Sentiu uma enorme revolta quando a encontrou caída na estrada.

                       Nunca contou para Mel, mas ele mesmo fez questão de castigar o caminhoneiro. Naquela tarde parou em um posto de gasolina para abastecer e ver se Mel queria alguma coisa. Ela agora não chorava mais e nem mostrava sentir suas dores. Antes pararam em uma clinica em uma pequena cidade a beira da estrada. Fizeram tudo para ela ficar internada. Não quis. Jurou que ia fugir. Roodney tinha compromisso em Belgrado. Não podia ficar. No posto de gasolina viu um caminhoneiro grande, enorme dando gargalhadas em uma mesa com os outros amigos. Ouviu dele o que tinha feito a uma menina na estrada. Contava como se fosse tudo natural. Roodney o matou com dois golpes mortais de caratê. Ele era um mestre. Não precisou de ajuda. Ele não estava sozinho. Seu motorista e o segurança estavam com ele a mais de dez anos e sabiam manejar qualquer arma.

                        Ficaram um dia em São Paulo. Roodney disse que ia partir para a Europa. Não gostaria de deixa-la ali sozinha sem proteção. Ela o encarou e disse – Me leve com você. Nasceu daí uma grande amizade. Roodney a considerava a filha que não teve. Deu tudo que podia dar. Mas nunca conseguiu um sorriso. Nestes seis anos Mel aprendeu muito. Roodney viajava muito. Mel ia junto a não ser em alguns lugares que ele achava perigoso. Ela já sabia que ele era um grande traficante de armas pesadas. Chegou a armar diversos países sul africanos e americanos. Todas as policias do mundo gostariam de colocar a mão nele, mas não tinham provas. Mel gostava de ficar na Mansão de Paris. Ele tinha também um chalé na Suíça. Ela ia pouco. Não gostava de frio. Um dia sentiu saudades de sua cidade. Chorou porque sentia saudades também de sua mãe. De seu pai não. Comentou com Roodney. Ele sorriu. Deixe comigo, vou comprar a melhor casa de Vale da Lua.

                      Não foi difícil. Tinha um amigo que conhecia o Coronel Jerônimo. Ele estava devendo muito a este amigo. Quando viu a quantia que ofereciam vendeu logo. Comprometeu-se a não dizer para quem vendeu. Roodney depositou para ela uma grande quantia no banco. Um cartão de crédito sem limites. Colocou lá seis seguranças escolhidos a dedo entre seus homens. Lastimer ficou responsável por ela. Era seu braço direito. A acompanhava sempre aonde ela ia. A cidade em peso um dia a viu descer da Mercedes azul sem capota. Ninguém a reconheceu. Um frenesi geral. Fez algumas compras na loja do Turco e no Mercadinho do Zuzinha. Todo mundo nas janelas. - Quem era? Parece linda! Uma princesa? – Mel não conversou com ninguém. Entrou na igreja. O padre Thomaz veio correndo subserviente. Mel olhou para ele – Lembra-se de mim? – Não senhorita! Ele disse. Eu vou te amaldiçoar o resto da minha vida, seu sacana filho da puta!  Ela disse. Você não perde por esperar.

                     O Padre Thomaz passou uma tarde pensativo, preocupado e com medo. Quem era ela? Dormiu e acordou afoito. Mel! Era Mel! Meu Deus! Ela não tinha se esquecido do que eu quis fazer com ela. – Comentou com Matilde que fazia limpeza. Em menos de uma hora a cidade inteira sabia quem era a madona da mansão. Os pais de Mel ficaram sabendo. Correram até a mansão. No portão foram barrados. Mel só deixou sua mãe entrar. Falou pouco. Não contou nada de sua vida. Mel chorou aquele dia. Ela não tinha mais ódio de seu pai e sua mãe, mas achou que ainda não estava preparada para contar sua história. Um dia pela janela avistou um jovem moreno fazendo a entrega de pães. Meu Deus! Era Nonô! Estava vivo. Foi correndo ao portão. Ele quando a viu ficou com medo. Ela o abraçou. Ele tremeu ao ver os guarda-costas olhando sério para ele.

                     Mel ficou amigo de Nonô. Nada mais que isto. Não era mais o homem de sua vida. Mandou chamar seus pais. Comprou uma nova casa para eles. Seu pai sempre a olhava de cabeça baixa. O Padre Thomaz nunca mais apareceu. Pediu transferência para o Bispo. O medo grande de ser espancado pelos guarda- costas. Mel não deu satisfação para ninguém. Uma tarde Roodney chegou à cidade. Junto com ele mais de cem homens. Disse para Mel que ela devia ir embora. Aqueles homens eram mercenários. Iriam se entrincheirar no sitio fazer barricadas, pois uma guerra iria começar. Tudo que impedisse a entrada seria válido – Mas por quê? Disse Mel. – Querida filha, estou cansado de fugir. Vendi para um general fajuto no país pequeno da África diversas armas. Quando eram entregues o exercito do imperador atacou e matou quase todo mundo. Ele acha que fui eu quem deletou. Já tentou me matar em vários países. Agora chega. Não vou fugir mais.

                     Mel se recusou a sair. Ela não acreditava que alguém de outro pais fosse atacar Roodney ali. Afinal ainda havia leis no Brasil. Um exército em atividade. – Vou ficar – Se não fosse você eu teria morrido! Você me devolveu a vida! Quatros meses aquela movimentação de guerra no sitio. O delegado via tudo assustado e comunicou as autoridades na capital. Um general foi enviado para ver o que seria. Ficou estarrecido. Tentou conversar com Roodney e nada. Mandou avisar que traria um unidade do exército. Ou ele conversava por bem ou por mal. Não deu tempo. Zito Mobutu entrou na cidade com mais de trezentos homens. Vale da Lua virou uma praça de guerra. A população corria para o mato, para os morros e quem tinha carro sumia pelas estradas vicinais, estaduais e federais.

                   Cinco dias depois o Exército federal chegou. Mais de cinco mil homens. O General Afonso deu um ultimato para encerrar a luta. Ninguém ouviu o Exército. Uma ordem do presidente e aviões da força aérea bombardearam o sitio e arredores. Em volta centenas de repórteres de jornais, revistas rádios e TVs. Até a CNN estava lá. O Exército invadiu. Uma matança. Dois dias. Cadáveres e cadáveres. A paz voltou. Mais de duzentos mortos. Ninguém se entregou. Uma carnificina. O sitio destruído. Não encontram Roodney e Mel. Sumiram. Ninguém sabia onde teriam ido. Tornou-se o homem mais procurado do mundo. A Interpol tentou em todos os países onde podia agir. Dois anos depois a imprensa já tinha esquecido o acontecido em Vale da Lua. Acharam que Roodney tinha morrido na luta pois vários mortos ficaram irreconhecíveis por causa do bombardeiro.

                     Era uma fazendinha no sul do Pará. Umas oitocentas cabeças de gado, uma boa aguada, o Rio Corrente atravessando a fazenda e Seu Honório e sua filha Larissa viviam uma nova vida. Nonô estava na mansão quando o tiroteio chegou ao auge. Mostrou um caminho onde fugir. Roodney Mel e cinco dos seus homens seguiram Nonô. Compraram o caminhão do Senhor Joelmir, dono de uma serralheria. Nonô foi com eles. Não havia militares na estrada. Compraram a fazenda. Roodney e Mel ou melhor Seu Honório e Larissa viveram ali para sempre. Mel não se casou. Nunca mais foi de ninguém. A sequela do estupro marcou para sempre. Nonô ficou trabalhando na fazenda. Roodney ou melhor Seu Honório dava uma ou outra escapulida até Nova Fonte. Lá se abastecia de algum dinheiro no banco. Sempre fazia transferência de bancos suíços. Não muito. Não queria dar a vista.

                      Mandou fazer um aeroporto na fazenda. Não possuía nenhuma aeronave. Alugava. Um simples telefonema e em menos de duas ou três horas ela estava à disposição. Viajavam muito pela Europa. Deixou crescer a barba. Fez uma operação no nariz e Mel usava lente escura. Não ficavam nos melhores hotéis para não dar na vista, mas não deixaram de viajar por todos os lugares que desejavam. Viveram por muitos e muitos anos, dizem que morreram já na velhice de “morte morrida”.  Os pais de Mel morreram sem ter a presença dela. O padre Thomaz foi encontrado enforcado um dia no quintal igreja. Ninguém nunca soube o porquê. E assim terminada a história. A história de Mel que não é mais virgem e virou mulher!

Soneto da mulher inútil

De tanta graça e de leveza tanta
Que quando sobre mim, como a teu jeito
Eu tão de leve sinto-te no peito
Que o meu próprio suspiro te levanta.

Tu, contra quem me esbato liquefeito
Rocha branca! Brancura que me espanta
Brancos seios azuis, nívea garganta
Branco pássaro fiel com que me deito.

Mulher inútil, quando nas noturnas
Celebrações, náufrago em teus delírios
Tenho-te toda, branca, envolta em brumas.

São teus seios tão tristes como urnas
São teus braços tão finos como lírios
É teu corpo tão leve como plumas.

Que o céu me condene!


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?


Que o céu me condene!

           Todos riam dela. Desde pequena chamavam-na de tudo, nomes feios, nomes que ele morria de vergonha quando ouvia e o pior não tinha como fugir. Quando sua mãe e seu pai eram vivos ainda tinham um pouco de respeito, mas quando a polícia os matou a tiros em uma cidade próxima acusando-os de serem bandidos perigosos, sua vida acabou. Depois viram que eram inocentes. E daí? Apenas dois pobres catadores de papel que trabalhavam para sobreviver. Ana Cláudia um dia tentou se matar. Pulou da ponte no rio pensando em se afogar. Alguém viu e a salvou. Uma família lhe ofereceu emprego. Abusavam dela. No final do mês uns trocados, nos fundos um quartinho simples que mal cabia uma cama e um armário. Ela aprendeu que o sofrimento era parte dela e o aceitou normalmente. Mas dentro de sua mente e do seu coração ela odiava aquela cidade e todos que nela moravam.

            Ana Cláudia era negra, feia, com um nariz grosso, cabelos crespos cortados curtos, e o pior era vesga, isto mesmo. Os outros a chamavam de Caolha. Sempre a chamaram assim. Abaixava a cabeça, mas não chorava. Evitava andar na cidade durante o dia. Não tinha amigos, fez só o primário, quase não ouvia musicas e TV? Nunca. Sua vida em Monte Azul não era divertida e nem colorida. Dona Esmeralda sua patroa só dirigia a ela falando impropérios. Seu Astholfo então, nem olhava para ela. Isto não a preocupava mais. Agora com vinte e seis anos não tinha, ou melhor, nunca teve sonhos e esperanças. Sabia que assim seria até sua morte. Um dia ao voltar do armazém lá pelas nove da noite uns bêbados a encurralaram em um beco e a maltrataram muito. Chegou em casa toda machucada, sangrando e Dona Esmeralda e Seu Astholfo riram e nem ligaram. – Vai ver que foi você quem provocou Caolha!

             Quando voltou da missa no domingo, viu uma enorme fila em frente a um mercadinho. Riu e se perguntou por quê. Entrou na fila. Gostava de filas. Quando terminou a moça atrás do vidro perguntou qual seu jogo. Qual jogo? Ora moça, não sei que jogo. Nem sabia o que era isso. Claro já tinha ouvido falar que grandes premios eram pagos a quem fosse sorteado. Não tinha dinheiro. Saiu da fila com todos gritando com ela. – Caolha! Caolha! Nunca ganhou nada e sabia que não iria ganhar. A virar a esquina viu um bilhete jogado no chão. Por curiosidade o pegou e levou para casa. Nem sabe o porquê o guardou. Todo dia tirava ele debaixo da cama, olhava, ria e sonhava. Continuou sua vida de empregada, sem salario a troco de um quartinho e alimentação que não era a que servia para seus patrões.

             Na quarta feira ficou sabendo que o sorteado era de sua cidade. Todos querendo saber quem era. Passou uma semana e ninguém reclamou o prêmio. Ana Claudia anotou os números sorteados. Em casa conferiu. Era o seu bilhete! Seu? Não era seu, mas o que fazer? Ninguém reclamou e ela esperou mês. Nada. Resolveu procurar a Caixa, mas não em sua cidade. Tinha umas economias. Dona Esmeralda riu. Você viajar? Para onde Caolha? Para que ir a Recife? – Só conhecer disse. Vou no sábado à noite e na segunda estou de volta. – Pode ir, mas não vou lhe dar um tostão e a cada dia que faltar lhe desconto uma semana. Ana Claudia bem que pensou falar um palavrão, mas era melhor esperar.
             No sábado pegou o ônibus das sete da noite. Adorou. Havia tempos que não viajava de ônibus. Ficou na janela. O passageiro ao seu lado a olhava com desdém. Nem a cumprimentou. Às cinco da manhã chegou em Recife. Ficou boquiaberta com a cidade. Passeou pelo centro admirando os belos prédios de uma altura que iam até o céu. Encontrou a igreja de São Pedro dos Clérigos aberta e entrou. Não rezou. Achava que Deus não iria perdoar o que ela estava fazendo. Assistiu a missa das seis e saiu. Passou pelo Convento Franciscano, na Casa da Cultura de Pernambuco, no Mercado de São José e ficou encantada. Iria comprar uma casa ali. Tinha de morar em Recife. Mas isto iria demorar. Primeiro receber o prêmio depois à vingança.

          Ana Claudia sabia que tinha de esperar a segunda feira. A caixa só abria em dias úteis. Rodou por várias ruas e descobriu uma agência enorme na Rua do Cais do Apolo. A tarde ia chegando e logo iria escurecer. Viu uma placa e deduziu que era uma pensão. Ana Cláudia lia com dificuldade. Entrou e alugou um quartinho por uma noite. Pagou adiantado. Levantou cedo. As oito já estava na agencia da caixa na Rua do Cais do Apolo. Abriram as dez. Falou com uma moça que tinha um bilhete premiado. Levaram-na ao gerente. Este se assustou. Era o prêmio do mês passado. Sessenta e cinco milhões de reais. Foram para um escritório fechado. Conversaram com ela toda a manhã. Levaram-na a um restaurante e ela comeu o que nunca tinha comido na vida. A vida de Ana Claudia começou a mudar.
            Todo o dinheiro foi aplicado na poupança. Disseram para ela que daria mais de trezentos mil reais por mês. Ela estava rica por toda a vida. Pediu ao gerente que lhe contrata-se alguém para lhe ensinar tudo com o dinheiro. Queria aprender. Lucia Mortille lhe foi apresentada. Trabalhava no banco como escrituraria. Ofereceu a ela ser sua funcionária. Um bom salário. Dez mil por mês. Lucia não pestanejou. A partir daí Lucia ensinou tudo para ela. Mandou-a construir uma mansão em Monte Azul. A melhor e mais linda da cidade. Mandou comprar a maioria das casas comerciais da cidade. Lucia descobriu que a casa de Dona Esmeralda tinha uma dívida no Banco e se ela e marido não pagasse seria despejada. Comprou a divida no banco. A casa ficou pronta. Na cidade um buchicho. Quem era! Um frisson tremendo em todo o povo de Monte Azul. Quando ficou pronta os olheiros esperavam a chegada do dono.

             Quando o Padre Liovegildo Começou a missa, viram entrando na cidade uma limusine branca, enorme. A maioria nunca tinha visto nada igual. Um homem negro enorme, de terno e gravata, junto com o motorista do carro desceram e abriram o portão. Lucia abriu a porta e viu uma multidão chegando. Notou que a igreja se esvaziava até o Padre Liovegildo deixou a missa sem terminar e veio ver também. Quando viram Ana Cláudia levaram um susto tremendo. Era a mesma. Cabelos crespos, caolha, agora bem vestida e não mudara nada. Incrível! Dona Esmeralda e o Senhor Astholfo estavam embasbacados. Nunca pensaram o que tinha acontecido com Ana Cláudia. Acharam que tinha morrido em Recife e esqueceram logo sua figura.

              Na segunda mandou chamar a todos que lhe venderam seus comércios. Os deixou no jardim e um a um entrava e saia cabisbaixo. Eram onze. Ofereceu-lhes um salário para gerenciar. Se começasse a dar prejuízo – rua. Chamou o gerente do Banco e disse a ele que queria a casa de Dona Esmeralda em um mês. Um susto! Mas por quê? Não lhe interessa disse Ana Cláudia. Dona Esmeralda e o Senhor Astholfo imploram para dar um tempo para pagar. Ana Claudia não os atendeu. Mandou Lucia falar com eles. – Um mês ela disse. Nem mais um dia! Todas as manhãs passeava pela cidade. Ao seu lado o Laudivino seu guarda costa. Fazia medo em todo mundo. Entrou na igreja, doou cem mil reais ao padre. Mesuras, e o pároco virou um puxa saco de primeira.
              A primeira casa comercial que deu prejuízo mandou o ex dono embora. Mandou botar fogo nela. Um susto. Delegado correu. Por quê? É minha faço o que quiser. Assim se sucedeu com mais quatro. Louca, louca! Todos disseram. Todos na cidade que ficavam em dificuldade ela pagava as contas e não recebendo queimava a casa dele. Um medo terrível passou a existir na cidade. O padre também ficou com medo. O que aquela mulher queria? Que vingança estava em curso? Em dois meses cinco casas residenciais e quatro comerciais foram queimadas. Uma fábrica de Tijolos e telhas ela comprou e fechou. Muitos desempregados. Todos se assustaram quando a casa dela ficou protegida por oito seguranças. Colocaram cercas eletrificadas e uma enorme quantidade de câmaras. Sua mansão virou uma fortaleza.

            Uma reunião na câmara dos vereadores, com a presença do prefeito, do juiz, do delegado e do promotor de justiça discutiam a situação da cidade. Todos tinham seus comércios agora em mãos de Ana Cláudia. Ela tinha chamado um por um e dito que era candidata a prefeita. Que eles se virassem para ela ser eleita. O medo estava estampado na face de cada um. Vários disseram que iam abandonar a cidade. Perguntaram ao delegado se ele podia fazer alguma coisa para acabar com aquele regime de terror. Nada ele disse. Ela nos tem nas mãos. Doou uma grande quantia para o partido do governador.  Ana Lucia foi eleita. Demitiu a maioria dos funcionários da prefeitura. Esta quase parou. Tudo estava acabando em Monte Azul.
            Lucia era uma funcionaria leal, mas estava vendo que as coisas iam por um caminho sem volta e que muitos inocentes estavam pagando o que não deviam. Tentou falar com Ana Cláudia. Perda de tempo. Ela só tinha o pensamento de vingança. Jurou que iria destruir a cidade. A cidade na mão dela como prefeita estava paralisada. O povo começava a se revoltar. Ana Cláudia mal sai à rua. Lucia aconselhando para parar. Ela com seus olhos estrábicos só olhava e não dizia nada. Mais oito casas foram queimadas. Ninguém podia fazer nada. As casas eram dela. Podia fazer o que quisesse. Quando ela mandou queimar a casa de Dona Eucládia tudo degringolou. O povo inteiro foi para a mansão de Ana Cláudia e começou a gritar – Vamos queimar a casa dela! Uma anarquia. Chamaram o delegado e quando ele viu aquilo desistiu. Seria suicídio ir contra o povo.

            Ficaram em frente à casa dela cinco dias. Ninguém entrava ninguém saia. Ana Cláudia começou a ficar assustada. O que fazer? Conversou com Lúcia que ligou para o delegado. Este disse que não podia fazer nada. Porque não chama um contingente militar? Não posso respondeu. Cortaram o telefone da delegacia. Ouviram um estalo. O povo invadiu a mansão. Ana Cláudia foi segura por vários homens e mulheres. Bateram nela. Lucia saiu incólume. A Colocaram na limusine e disseram que se ela voltasse a cidade eles a matariam. Quando saiam da cidade, Ana Cláudia sorriu. Olhou para trás e viu uma grande explosão. Ela havia mandado colocar dinamites em vários pontos da mansão. Ela mesma tinha um controle e sabia que após ligar uma hora depois a casa explodiria.
            Morreram mais de 20 pessoas que estavam saqueando a mansão. A policia procurou Ana Claudia. Nunca a encontraram. Hoje mora em Coupvray, uma cidadezinha próximo de Paris. Não é uma mansão e nem um castelo, isso não. Lucia aconselhou Ana Claudia a comprar uma casinha simples. Assim passariam despercebidas. Os vizinhos achavam que Ana Cláudia era a empregada e Lucia a proprietária. Risos. Bom isso. Viveram assim por muitos anos e ambas morreram com mais de noventa anos. Toda sua fortuna foi doada para uma instituição de caridade no Brasil.

            Dizem que Ana Cláudia morreu sorrindo. Sua vingança aconteceu. Não foi como tinha planejado, mas a cidade de Monte Azul sempre se lembraria dela. A caolha, a vesga, a negra esfarrapada que fez muitos se ajoelharem-se diante dela. É, o dinheiro! Ele dizem que não trás a felicidade, pode até ser que não, mas compra tudo. Compra vidas, consciências, amor mesmo que fingido. Machado de Assis dizia que o dinheiro não traz felicidade, claro, para quem não sabe o que fazer com ele. Risos.
EXALTAÇÃO DO AMOR
JG de Araújo Jorge


Sofro, bem sei... Mas se preciso for
sofrer mais, mal maior, extraordinário,
sofrerei tudo o quanto necessário
para a estrela alcançar... Colher a flor...


Que seja imenso o sofrimento, e vário!
Que eu tenha que lutar com força e ardor!
Como um louco talvez, ou um visionário
hei de alcançar o amor... Com o meu Amor!


Nada me impedirá que seja meu
se é fogo que em meu peito se acendeu
e lavra, e cresce, e me consome o Ser...

Deus o pôs... Ninguém mais há de dispor!
Se esse amor não puder ser meu viver
há de ser meu para eu morrer de Amor!



Menina Maria sem pecado e sem ódio no coração.


Cantiga para não morrer

Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve. 


Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração. 

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar. 

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.


Menina Maria sem pecado e sem ódio no coração.

              Eram doze irmãos. Uma escadinha que começava com Vania de seis até Marilda que tinha 19. Todos só conheciam o pai. A mãe morrera há tempos. Virgo Olho Grande seu pai, era um homem feio, barbudo, mau e ela nem sabia por que ele ainda dava comida a todos. Só comida porque roupas todos se viravam quando iam à igreja do padre Aloizio. E nem sempre podiam. Eram mais de vinte e cinco quilômetros de trilha até a cidade de Rio Esperança. Todos nasceram sob o jugo de seu pai. Ele praticava o incesto com todas as meninas. Quando alguma alcança dez anos ele dizia que era hora do batismo. Quatro de seus irmãos e irmãs eram filhos de Marilda. Quem não conhecia achava que ela era mulher dele. Fazia a comida e dirigia a casa.

             Menina Maria escapou da sanha pedófila dele. Todos sabiam por quê. Seus olhos. Isto mesmo, azuis, parecido com o da Virgem Maria da igreja. Seu pai até que tentou, mas ao olhar seus olhos esqueceu-se de tudo. Era como se estivesse fazendo sexo com uma santa. Achou que devia descartar Menina Maria. Ela não tinha mais serventia para ele. Dois Exploradores de ouro passaram próximo ao rancho onde moravam e o pai ofereceu Menina Maria para eles. – Se vão para Serra Pelada, porque não ter uma mulher junto? Ela sabe lavar, passar, cozinhar e olhem, tem um belo corpo. Tonico e Milorde não fizeram de rogado. Compraram Menina Maria por duzentos reais.

            De manhã ela embarcou na canoa deles, e com lágrimas nos olhos despediu com um aceno dos seus irmãos. Em Pirapora pegaram a Gaiola uma espécie de barca a vapor e foram até Juazeiro na Bahia. Em nenhum momento Tonico e Milorde ameaçaram tocá-la. Nem pediram nada. Davam a ela comida e na Gaiola almoçou a comida que serviam a todos. Tiveram sorte, um caminhão de boiadeiro vazio os levou até o inicio da rodovia PA-150, uma rodovia estadual do Estado do Pará. Lá esperando carona viajaram a pé por oito dias. Menina Maria estava esgotada. Agora quando a noite chegava ela preparava em fogões improvisados almoço e jantar que não passavam de carne seca farinha de mandioca e uma vez ou outra cozinhava um feijão.

             Quando chegaram à PA 275 uma carona em uma caminhonete os levou até o km 16 e dai em uma estrada vicinal chegaram à serra Pelada. Menina Maria nunca esqueceu seus irmãos. Viveu junto com Tonico e Milorde por cinco anos. Fazia tudo para eles e os considerava como irmãos. Só Milorde um dia tentou estuprá-la, mas a olhar em seus olhos desistiu. Em uma tarde seu Tarcino a procurou para dizer que eles estavam mortos. Soterrados quando garimpavam em um buraco onde achavam que iam encontrar ouro. Menina Maria chorou. Agora estava sozinha. Nenhum dos amigos de Tonico e Milorde a convidaram a morar com eles. Claro sabiam que ela era ótima para cozinhar lavar, e que sua comida era muito boa, mas eles ali naquele inferno precisavam de uma mulher que fizesse tudo inclusive fosse para cama com eles. Todos tinham medo de Menina Maria e seus olhos da Virgem Imaculada.

              Menina Maria já não era mais aquela donzela que abaixava a cabeça e aceitava tudo que a mandavam fazer. Sabia que era desejada por muitos e ela também sonhava em conhecer alguém, que a amasse de verdade e não há visse como uma santa. Queria um homem que a amasse de verdade, quem pudesse confiar e que faria dela uma esposa para sempre. Sabia que em Serra Pelada nunca encontraria ninguém. Olhou na parede onde Tonico e Milorde colocavam o ouro que encontravam e viu que daria uma boa quantia. Seu Joaquim comprava ouro e ela sabia que era um homem honesto. Vendeu a ele a metade e aumentou sua casinha e fez dela um restaurante. Cozinhar não era problema. Em pouco tempo a procura foi tanta que teve de empregar mais uma pessoa, mais uma e quando assustou eram nove.

                  Ganhou muito dinheiro. Tornou-se uma mulher experiente com dinheiro e negócios. Seu Joaquim ficou seu amigo e dizia para ela – Olhe Menina Maria, venda logo seu restaurante. Isto aqui não dura mais um ano. Já não encontram ouro e todo mundo irá embora. Achou um comprador que pagou menos de trinta por cento do que queria. Tudo bem. Agora era ir embora. Para onde? Voltar onde morava? Tinha dinheiro no banco, mas de três milhões de reais. Daria sem sombra de dúvida para iniciar uma nova vida onde quer que quisesse montar seu rancho. Pensou nos seus irmãos. Pensou no maldito pai que aprendeu a não gostar desde que saiu de lá. Ela não entendia porque nunca teve ódio dele e nem de ninguém.

                  Uma tarde de setembro, Menina Maria chegou em Rio Esperança. Dalí a sua antiga casa era menos de trinta quilômetros em estrada de terra ou de barco pelo Rio Jaboti. Entrou em um pequeno hotel o único da cidade. Era ali que ela iria morar. Procurou o dono e ofereceu a ele Duzentos mil reais. O dono o Senhor Jacobino não titubeou. Aceitou na hora. Chamou todos os empregados, não mais que onze e apresentou a nova proprietária. Queria rever seus irmãos e irmãs, mas não ia sozinha e não chegara a hora. Tinha medo do seu pai e ele podia ser perigoso com sua chegada. Contratou dois homens que tinham sido policiais e eles passaram a ser seus seguranças dia e noite. Rio Esperança era um lugar pacato, simples e com um cabo e três soldados que só prendiam bêbados à noite e os soltavam no dia seguinte.

                   Rafael Campo Grande vivia em Rio Esperança há cinco anos. Nunca ouviu falar em Menina Maria e quando o buchicho sobre ela começou se interessou em conhecê-la. Que graça! Pensou. Linda. Quem sabe seria a mulher que procurava? Ele vivia de um pouco de dinheiro que sua mãe deixara quando morrera. O dia inteiro estava no boteco de Jesuíno, jogando sinuca ou um baralho num jogo qualquer. Não apostava. Nunca apostou. Rafael Campo Grande não era mau sujeito. Parecia um preguiçoso, mas não era. Nunca trabalhou porque ainda tinha uma reserva financeira e achou que quando acabasse ele iria embora para uma cidade grande. A turma do bar o incentivava a cortejar Menina Maria e até já havia apostas se ele conseguiria ou não.

                 Um dia, ao passar por ela em uma rua da cidade, se fez de galante. Tirou seu chapéu de palha, fez uma reverencia e disse – Boa tarde moça! Tenha um lindo dia. Menina Maria estranhou. Quem era? Quem seria? Nunca o tinha visto apesar de estar a poucos meses morando em Rio Esperança. Em casa ficou pensando nele. Era um rapaz bonito, alto, cabelos negros e até sonhou com ele a noite. Um sonho que ela não costumava sonhar. Erótico. Ele a possuíu. Calmamente. Foi um cavalheiro. Não a machucou. A beijou em todos os lugares. Ele sentiu em seu sonho pela primeira vez que poderia ser mulher. Nunca tinha sido. Até agora aos 26 anos ainda era virgem. Acordou suada e sentiu que estava levemente molhada em suas partes intimas.

                  Menina Maria levantava cedo. Tinha hospedes para servir. Verificava na cozinha se tudo andava bem, olhava as mesas servidas com pãezinhos da padaria do Seu Inácio, os bolos que Gorete fazia os biscoitos de polvilho que ela mesmo tinha feito no forno que mantinha no quintal. Gostava de cumprimentar a todos que ali estivessem hospedados. Seus clientes quase sempre caixeiros viajantes adoravam Menina Maria. Nenhum tentou se mostrar um Don Juan. Eles olhavam em seus olhos e logo desistiam. Uma tarde, sentada na varanda Rafael Campo Grande passou devagar. Parou. Subiu os quatro degraus e educadamente se aproximou dela fazendo um galanteio. Menina Maria ficou vermelha. Nunca ninguém fez isto com ela. Seu Arlindo um dos seguranças se aproximou. – Tudo bem Dona Menina Maria? Ela riu. Sim seu Arlindo.

                 Começou ali o namoro. Rafael Campo Grande era um cavalheiro. Nunca tentou nada. Mal pegava em sua mão nas noites que ficava com ela conversando na varanda do hotel. Quando a convidou para um cinema a cidade toda comentou. Passaram a ir a missa juntos. Menina Maria não esqueceu suas irmãs. Estava na hora de ir busca-las. Comprou ao lado do hotel uma casa e a mobiliou. Nos fundos construiu dois barracões com mais seis quartos e em todos eles tinham chuveiros e WCs. Contou para Rafael Campo Grande um pouco de sua vida. Contou que ia buscar as irmãs. O pai não. Que ele ficasse só ali no mato e morresse. Rafael Campo Grande se ofereceu para ir junto. Ela agradeceu. Não, obrigado. Chamou os dois seguranças, pediu para alugarem um barco grande, e mais quatro homens para proteção. Deixou Gorete responsável pelo hotel e partiu. Acreditava que no dia seguinte estaria de volta.

                   Assustou-se com o que viu quando lá chegou. Cinco irmãs tinham morrido de hemorragia ao dar a luz. Havia mais oito meninos e meninas pequenos que nasceram de uma de suas irmãs desde quando ela partiu. Eram agora quinze irmãos. Todos vivendo como ratos. Sem cama para todos. Ainda bem que Marilda cuidava deles. Coitada de Marilda. Menos de 35 anos e parecendo uma velha de 60. Alí tinham muitos irmãos que também eram seus filhos. Ela nem sabia o que era incesto. Seu pai não estava. Muitos não a reconheceram, mas Vania, Marilda, Josenildo e Alfredo não tiveram dúvidas. Era Menina Maria. Uma festa. Alegria. Ela explicou sua vida hoje. Onde estava. Disse que comprou uma casinha para todos eles morarem com ela na cidade. Só Marilda não quis ir. Disse que se ela não ficasse seu pai morreria logo. Não iria aguentar ficar sozinho.

                    Em menos de uma hora todos estavam no barco. Menina Maria insistiu com Marilda, mas ela foi irredutível. Chorava muito, mas disse que não ia. Como ia fazer agora sozinha na casa não sabia. Quando ela ia para barco viu seu pai chegando e gritando. Ameaça todos que estavam indo embora. Gritou palavrões e disse que se fossem ele ia atrás, mataria todo mundo. Dois seguranças de Menina Maria o pegaram e amarraram.  Ela mesmo disse a ele que se aparecesse na cidade seria preso. Ia falar com o delegado o que ele fazia. Não iria escapar de uns vinte anos de cadeia. Disse a Marilda que quando o barco partisse ela o desamarrasse. Partiu chorando por Marilda. Prometeu voltar um mês depois. Não iria deixar ela desamparada. Deu a ela escondido dois mil reais. Compre o que quiser apesar de que aqui só quando o barco do Jesuíno passar.

                   Durante vários meses Menina Maria viveu feliz com seus irmãos. Rafael Campo Grande a pediu em casamento. Não sabia o que sentia por ele. Aceitou. Precisava de um braço a mais para ajudar no Hotel. Casaram-se. Uma decepção. Rafael Campo Grande não conseguiu fazer amor com ela. Olhe que ele tentou. Não olhava em seus olhos, mas era como se estive vendo eles em sua mente. Durante meses ele tentou até que desistiu. Dormiam na mesma cama, se beijavam, abraçavam e nada alem disso. Menina Maria se conformou. Ia morrer virgem. Seus irmãos e irmãs receberam dela tudo o que poderia dar. Estudo, roupas não faltou nada.

                   Rafael Campo Grande foi um grande amigo. Mais nada. Ninguém se aproximou dela para quem sabe ter um amante. Seu pai nunca mais apareceu. Uma manhã de sol Marilda chegou ao hotel. Maltrapilha, suja, sentou na varanda e ficou olhando o horizonte. Ninguém sabia quem ela era. Um dos seguranças a pegou pelo braço e a jogou na rua. Tavinho ia passando e viu sua irmã sendo maltratada. Chamou Menina Maria. Alegria geral dos irmãos. Fizeram uma festa para ela. O segurança pediu desculpas. Mas mesmo assim foi chamado a atenção. Marilda contou que seu pai morrera. Acordou com ele gemendo e viu que não dava mais. Ela achou que tinha pegado malária. O enterrou na curva do rio. Sabia que uma cheia qualquer o levaria junto às águas barrentas.

                   Uma história comum. Sem surpresas. Menina Maria viveu ao seu modo feliz ao lado de Rafael Campo Grande. Ele se tornou seu braço direito. Fazia de tudo. Foram inclusive todos eles passar vinte dias no litoral. Ninguém ainda tinha visto o mar. Uma festa. Menina Maria chorou muito mas de alegria. Rafael Campo Grande morreu com setenta e dois anos. Menina Maria morreu com noventa e cinco. A família dela se casou tiveram filhos e na cidade eram bem considerados. Não sei na eternidade o que aconteceu a Menina Maria. Não sei. Não tem explicação dos seus olhos de santa. Um dia fui a Rio Esperança. Visitei o hotel onde ela morou. Conversei com muitos moradores que a conheceram. Ninguém podia explicar a vida de Menina Maria. Bem nada mais a dizer, a não ser... Que Deus a tenha!


Menina-Moça 
 
A menina-moça sonha...
Sonha  com o que a menina-moça?
Com o vestido branco rodado,
com a emoção da valsa no salão enfeitado.
 
A menina-moça acredita...
Acredita em que a moça-menina?
Na vontade de enfrentar a vida,
na beleza da noite prometida.
 
A menina-moça vive...
Vive como a moça-menina?
Como o botão que se transforma em flor,
acreditando num futuro alentador...
 
A menina-moça sorri...
Sorri por que a moça-menina?
Pela certeza da glória alcançada,
pela  alegria da paixão encontrada.
  

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Doutor Freed D’olison, o Capo de tutti i capi.


O mafioso.

Perdido nessa trama de mentiras
Nessa rede de intrigas
Tua estrada é sem fim
Tua existência é suja

Mais uma carta
Uma aposta
Um tiro como resposta
Treze cigarros jogados ao chão
Cinco garrafas quebradas na mão

Tarde demais, tarde demais
Sete corpos deixados p'ra trás
Foi longe demais, longe demais
Dezessete vidas que seguem sem paz

Por ruas desertas
Cantando pneus
Enredos que não são teus
São teu filme em preto-e-branco
Manchados de sangue, manchados de espanto
Manchados de cifra$

Mas aonde vai?
Vão te encontrar
Calma calma...!
Vão assassinar a tua alma.

Nanda_Vamp

Doutor Freed D’olison, o Capo de tutti i capi.

Dias de hoje.

                Doutor Freed D’olison não esperava visita, isto é não esperava ninguém. Nunca foi procurado em sua casa a não ser pelos casos especiais. Olhou de soslaio pela janela. Quatro homens carregando outro. Seu coração bateu forte. Nunca recusou ajudar ninguém. Abriu a porta e foi empurrado por um homem com o triplo de sua altura. Gritou para ele – Chame o Doutor urgente anão aleijado! Doutor Freed D’olison não se sentiu ofendido. Quantas e quantas vezes tinham dito isto para ele? – Eu sou o Doutor Freed D’olison – disse. O que vinha mais atrás foi mais educado. – Precisamos de você. Meu irmão foi baleado. Um tiro na barriga. – Doutor Freed D’olison sabia que eram bandidos caso contrário teriam ido a um hospital. Sabiam quem ele era. Um ano antes socorrera um jovem de dezessete anos com uma bala bem perto do coração. Atiraram nele em frente sua casa. Ninguém o socorreu. Só ele. Operou ali mesmo no quartinho que tinha nos fundos da casa.

                 O jovem ficou bom. Agradeceu ao Doutor Freed D’olison e ele nada disse. Sabia que o jovem devia pertencer a alguma gang do bairro. Começou então uma busca frenética por seus conhecimentos médicos. Dificilmente olhavam para ele, mas o respeitavam como profissional. Nunca perdeu um paciente para o demônio. Isto mesmo. Todos que apareciam eram bandidos. Uma vez a policia bateu em sua porta. O empurrou entrando a força. Ele não disse nada. Dizer o que? Colocaram nele as algemas. Na saída mais de trinta bandidos armados até os dentes. Soltaram-no. Um dos bandidos disse aos policias que nunca mais fizessem aquilo. Se fizerem vai correr sangue. Não os seus e sim de seus filhos da sua mãe, do seu pai! Deixaram o Doutor Freed D’olison em paz por muitos anos.

Dias de ontem.

                 Sua mãe fazia tudo por ele. Nunca escondeu nada. Disse que ele nasceu em um beco sujo. Uma travessa da São João. Parto normal e ela ria quando contava. Ele nasceu com uma enorme corcunda. – Não dá para operar dona. – Disseram os médicos. O levou para casa. A principio tinha raiva dele. Um toquinho feio, uma corcunda que parecia mais ser filho do Diabo. Aos cinco anos ele não falava. Aos sete balbuciava. Foi para a escola. Ridicularizado mas as professoras ficaram impressionadas com sua inteligência. Aprendia tudo com rapidez. Tinha dificuldade não fala e pela sua aparência ninguém deu muita bola para ele. Sua mãe que o odiava passou a amá-lo. Jurou que ia fazer dele alguém. Aprendeu a mendigar na esquina da Paulista. Levava um pedaço de carne estragada, amarrava na perna e se fazia de coitada doente.

                     Todo o dinheiro que ganhou foi para pagar a escola do filho. Sorriu sem gritar quando ele foi o terceiro classificado no vestibular para medicina na USP. Formou-se como o primeiro da turma. Não foi chamado por nenhum hospital. Tentou residência em vários. Com muito custo a troco de um salario de fome achou um humilde próximo a São Paulo. Ficou lá três anos. Era um médico com uma facilidade grande de curar e operar. Tinha as mão de seda. Mas sua aparecia não ajudava. Agora com trinta e dois anos seu rosto era cheio de espinhas. Quase não tinha nariz e o cabelo caiu todo. Usava uma peruca velha quando andava na rua, mas quem olhava para ele dava voltas.

Dias de hoje.

                     Sua fama cresceu no mundo do crime. Dom Pergoto de Cassiole era um Capo de tutti i capi. Todos o reverenciavam. Sua filha vivia tossindo. Passou a cuspir sangue. Os melhores médicos da capital disseram não saber o que fazer. Não era tuberculose. Mas Chiquita de Cassiole a cada dia definhava mais. Foi Bate Volta quem sugeriu o Doutor Freed D’olison. Dom Pergoto de Cassiole mandou buscá-lo. Assustou quando ele chegou. Afinal o que viu foi um anão mais feio que o diabo e com uma corcunda enorme. Bate Volta disse para acreditar nele. Chefe, o homem é feio, mas é bom demais. – Tudo bem disse. Se este anão filho duma égua não curar minha filha, vou encher ele de mel e jogar para as formigas lá na grota do capeta. Foi amor à primeira vista. O Doutor Freed D’olison se apaixonou pela paciente. Ficou na mansão de Dom Pergoto de Cassiole por dois meses. A cada dia a Chiquita de Cassiole ficava mais formosa. Sua tosse sumiu.

                 O Doutor Freed D’olison passou a morar na mansão de Dom Pergoto de Cassiole a convite dele. Foi feito um quarto especial. Dom Pergoto não fazia nada sem consultá-lo. O Doutor Freed D’olison um dia pediu a mão de Chiquita de Cassiole. – Nem morto meu caro Doutor. Nem morto. Ela a minha linda filha casar com você? Se ponha no seu lugar! – O Doutor Freed D’olison não se sentiu ofendido, mas sabia que Chiquita de Cassiole um dia seria sua esposa. Junto com o capo ele viajou o mundo. Ficou conhecido como o maior médico cirurgião que o mundo conheceu. Operou reis e rainha. Tirou um câncer terminal do primeiro ministro russo. Seu nome correu por toda a terra. Ricaços o procuravam. Criminosos famosos desciam todos os dias em seus jatinhos em Congonhas. A policia paulista estava de prontidão, mas as ordens para prendê-lo não vinham nunca. Pudera, o governador e o prefeito lhe deviam favores. Sem contar centenas de vereadores, deputados e senadores.

                 Diziam que o melhor hospital de Brasília era a ponte aérea para São Paulo. Agora não. Era mandar um jatinho buscar o Doutor Freed D’olison. Dom Pergoto de Cassiole morreu de causas desconhecidas. Ninguém nunca soube o que acontecera. Começou a definhar, definhar até que um dia apareceu morto em sua cama. Deixou o Doutor Freed D’olison em seu lugar. Ninguém disse nada. Havia uma espécie de medo por parte dos outros capos. Tudo estava mudando. O Doutor Freed D’olison mostrou outra face. Trouxe sua mãe velhinha para a mansão. Disse para Chiquita de Cassiole que se não casasse com ele seria colocada na rua. Não foi um casamento suntuoso. Casou-se na igrejinha de São Judas Tadeu. Convidados só os oito capos que ainda achavam que mandavam. Chiquita de Cassiole tremeu quando foi para a cama com ele. Fechou os olhos de medo e horror. Mas incrível, ele deu a ela orgasmos que ela nunca antes experimentou.

               O Doutor Freed D’olison demonstrou para ela como um grande amante nunca antes imaginado. Tudo mudou para ela depois desta noite. Não sabia como, mas estava se apaixonando por aquele anão corcunda feio de doer. Impossível dizia para sí própria, mas a cada noite mais e mais ansiava pelo seu corpo.  O Doutor Freed D’olison satisfazia a ela varias vezes a noite. Mas a medita que o tempo foi passando o desejo foi diminuindo. Chiquita Cassiole viu que tudo desmoronava. Seu esposo não era mais o mesmo. A tratava com displicência, não ligava mais para ela. Agora só se preocupava pelos negócios. Sem ele perceber começou a transar com um segurança da casa. Mal ela sabia que Parquito era um agente federal infiltrado.

               O Doutor Freed D’olison tinha um plano de desaparecer com todos os capos do estado. Na última reunião deles sentiu um ar de deboche para com sua figura por parte deles. Eles não perdem por esperar disse para si. Ele sabia que não podia confiar em ninguém. Bate Volta até que se mostrava fiel, mas a traição está escondida na pessoa. Você não sabe até ver que foi traído. Desconfiou de Parquito, o segurança. Ninguém sabia o nome dele e nem quando foi admitido. Quando passava perto dele sentia o perfume de Chiquita. Uma tarde o convidou para tomar um café com ele. Parquito ficou de olhos abertos. Aquele Anão filho da puta não era de confiança. Bebeu devagar para sentir o gosto. Não adiantou. Sentiu seu corpo endurecer. Sua mente fervilhava, mas o corpo não obedecia. Tentou falar e não conseguiu.

            Viu quando o Anão desgraçado o arrastou até a sala de operações. Sentiu o bisturi cortando seus braços. Ele cortava devagar, rindo e dizendo para Parquito – Vais sentir dor Parquito. Muita mas não poderá mexer com o corpo e nem falar. Quero que você sinta meu ódio. Você não sabe como me sinto sendo traído pela minha mulher. O dia dela vai chegar. - A dor era tremenda. Ele cortou cada braço e cada perna com maestria. Jogou tudo em uma banheira que estava cheia de acido. Depois se sentiu carregado e jogado na banheira. O acido queimava. Doía horrivelmente. Morreu lentamente a gritar e pedir pelo amor de Deus que parasse. Ninguém ouvia. Seu corpo estava mudo. Chiquita desconfiou do desaparecimento de Parquito. Nunca desconfiou que seu marido o tivesse matado.

           O Doutor Freed D’olison planejou tudo. A reunião seria feita em um galpão abandonado próximo a Guarulhos. Sabia que todos os capos iriam aparecer. Sabia que eles se sentiam ameaçados e levariam o maior número de seguranças possíveis. Não importava. Não ia sobrar ninguém. A bomba já estava armada para explodir cinco minutos depois do horário do encontro. Ele mesmo a fez. Toda a área do galpão seria explodida. Ele não iria. Estaria na hora assistindo o maestro alemão Helmuth Rilling no Teatro Municipal nos deliciando com Bach, que prometia uma apresentação soberba da Missa em Si Menor. Ninguém poderia dizer que ele estaria envolvido. O Doutor Freed D’olison era um aficionado por opera. Muitas vezes ia a Europa só para ver um grande regente.  Chiquita de Cassiole estava ao lado dele. Quando o espetáculo terminou ouviu um zum zum no salão. Ele já sabia o que seria. Que fossem para o inferno, pois antes eles do que eu.

Linda escritora pata tenra:
A)    Morreram todos no galpão?
B)    Deve-se matar o Doutor Freed D’olison?   
C)    A Policia vai descobrir alguma coisa?
D)    Qual o destino de Chiquita de Cassiole?
E)    Como será o final da história? Ele se safa? É preso? A Interpol o prende e o leva para um pais europeu?
F)     Quem sabe ele continua reinando, e se torna o maior Capo de tutti i capi que o mundo conheceu e morre com 98 anos?

Agora é com você. Se fosse eu iria terminar o conto com meia página. Aguardo suas sugestões.



Eu te amo!

Ela gritou!
Tinha conhecimento do que se passava no coração
Era difícil conter a voz
Abandona essa ira
Chuta o pessimismo
Não existe amor impossível
Desculpe se costumo agir sem pensar
Quero tudo que deseje compartilhar
Deleta o nada
Dá um sinal
Emite um som
Mesmo que seja: 
Menina chata, me deixa em paz!
Aproveita a Lua Nova
Perdoa-me vai!



Jmattos